17 de janeiro de 2010

Super Mario BROS. - O jogo que salvou a indústria (e o futuro) dos games!


Mais de vinte anos após sua primeira aventura ainda nos Arcades, Mario se tornou um ícone. Até mesmo os mais leigos no assunto videogame, reconhecem o personagem quando vêem o “baixinho-bigodudo” na tela de alguma TV. Mas, saiba que isso não é por menos. Além de ser um personagem carismático, a história do encanador mais famoso do mundo acarreta fatos que revolucionaram os jogos e a maneira de se jogar, e inclusive fazendo um papel fundamental para o futuro dos videogames, salvando a indústria após o famoso “CRASH” de 84, impulsionando as vendas do NES.
Vejamos então como isso tudo começou!

A grande crise dos videogames - CRASH de 1984
Até 1983, a indústria americana dominava o mercado de videogames que já estava na sua segunda geração. Consoles como Intellivision, ColecoVision, Atari 5200, Astrocade, Channel F e até o persistente Atari 2600 reinavam no meio do entretenimento digital, possibilitando muitas opções para o público. Mas, quantidade não significa qualidade, e com um grande número de jogos que além de fracos, enjoavam rapidamente, sendo lançados, os milhares de consumidores, decepcionados, perderam a vontade de investir nesse mercado.
A terceira geração dos videogames já estava a caminho. Consoles como Odyssei 3 e Atari 7800 estavam prestes a serem lançados, quando de repente uma reviravolta aconteceu: computadores de baixo custo surgiam por todo o mundo, e numa época onde ter um computador era um luxo, os consumidores acabaram deixando os videogames de lado e passaram a enxergar somente os “Home Computers”, pois a máquina permitia escrever textos, controlar as despesas da casa e jogar também. Ou seja, um aparelho que fazia o mesmo que um videogame e mais; que agradaria não só o filho, mas a família toda e em vários aspectos. Sem contar que os computadores tinham a capacidade de fazer jogos iguais aos consoles da mesma geração e muitas vezes melhores.
E não demorou muito para que todos os jogadores migrassem de seus consoles para os computadores. E isso fez com que empresas como Atari (temporariamente), Magnavox, Coleco e Mattel abandonassem o mercado de games.
No final de 83, o mercado americano já estava no período de CRASH e a Europa, que já vinha sofrendo com fortes ataques publicitários do tipo: “Porque comprar um videogame para o seu filho e distraí-lo da escola quando você pode comprar um computador e prepará-lo para a faculdade?”, desde 1981, já tinha se adaptado á crise e as empresas que antes fabricavam videogames passaram a produzir jogos para computador.


O Retorno Vindo do Oriente
Nessa época, o Japão também vinha sofrendo com o mesmo problema. Os videogames comercializados por lá eram em sua maioria americanos. Porém, junto à minoria, existia uma empresa chamada Nintendo, que já há algum tempo (Junho de 1983) tinha lançado o seu console, Famicom. A estratégia da Nintendo ao lançar o Famicom, era retirar a imagem de que videogame era coisa pra família e associá-lo as crianças. Com uma campanha de marketing pesada em cima dessa idéia, o plano deu certo e o console começou a vender muito bem. A Nintendo começou a reinar no mercado, fazendo conversões dos sucessos dos Arcades como Donkey Kong e Mario Bros. para seu console doméstico, que passou rapidamente a ganhar novos títulos também. Nessa época, o Famicom era o único console do mercado dedicado a games. Nenhuma outra companhia arriscou tanto, mas ao mesmo tempo lucrou tanto também.

"Primeira versão do Famicom, que parecia um brinquedo."

Quando a Nintendo arriscou entrar no mercado americano, a barreira do console ser infantil foi a maior dificuldade encontrada pela Big N. E enquanto o aparelho era remodelado e preparado para o seu lançamento no mercado americano, eis que era lançado no Japão o jogo Super Mario Bros. A partir desse ponto o mundo dos jogos eletrônicos nunca mais seria o mesmo.
O jogo Super Mario Bros. alavancou as vendas do Famicom (que passou a vender como água) e rapidamente se tornou uma epidemia geral.
Em 1985 os americanos receberam sua versão ocidental do Famicom, que agora possuía um novo design e passou a se chamar NES (Nintendo Entertainment System), trazendo junto no pacote o jogo Super Mario Bros. E diante daquele mercado estagnado e sem concorrentes o sucesso ocorrido no Japão se repetiu, trazendo “de volta á vida” a indústria dos videogames.

"Agora o Famicom se tornou o NES, com visual mais sóbrio e menos infantil."


A Revolução Causada Pelos Irmãos Mario
E o Que Super Mario Bros. tem pra ter sido tão importante assim? Talvez você esteja se perguntando. Pois saiba que:
Os jogos antes de Super Mario Bros. eram muito simples, os cenários praticamente inexistentes, sempre o que se podia encontrar era o fundo preto padrão, personagens com pouquíssimos detalhes e tudo sem um objetivo final, onde a principal motivação era acumular pontos.
Super Mario Bros chegou mudando todos esse conceitos. Foi o primeiro jogo de plataforma com rolagem lateral, conhecido em inglês como side-scrolling, onde a tela acompanha os movimentos do personagem;
O primeiro a trazer o esquema de mudanças de ambientes e mundos temáticos (Super Mario Bros. trazia oito níveis diferentes, cada qual com quatro fases, sendo a quarta fase sempre um castelo onde o jogador enfrenta um chefe no final);
A variedade de inimigos e o tempo de duração do jogo também eram fatores descomunais para a época. Sem contar no visual, que se assemelhava aos Arcades mais potentes daquele tempo.
Super Mario Bros. criou conceitos que foram seguidos, inspirou incontáveis imitações que ajudaram a fixar o estilo de jogos de plataforma e mudou para sempre a visão que as pessoas tinham sobre um jogo de videogame.


Agora você consegue entender o porque dessa dupla com sotaque italiano serem ícones??? Ainda não?! Pois então tem mais!

Super Mario Bros. foi o primeiro sucesso do designer de games japonês Shigeru Miyamoto. É o jogo mais vendido de toda a história dos videogames com mais de 40 milhões de unidades em todo o mundo.

Definitivamente, em 1985, Super Mario não chegou apenas para salvar a princesa Peach e o reino dos cogumelos, mas também o futuro dos videogames.

5 Comentários:

Oráculo disse...

Eu fui uma das únicas pessoas do lugar onde moro a ter um NES original da Nintendo (aquele caixotão conza com uma tampa pra proteger o cartucho).

Isso porque, no Brasil chegarm primeiro os clones (Dynavision, Phantom, Turbo Game). Quando o NES chegou oficialmente, já era tempo do Super Nintendo, mas como meus pais não tinham grana pra comprá-lo me deram um NES que veio com o cartucho do Super Mario 3.

Infelizmente eu mal pude aproveitá-lo na época, pois além de não ser o top de linha, a locadora do meu bairro tinha pouquíssimos jogos de NES (Street Fighter 2010, Megaman 2, Double Dragon 3 e uns outros poucos).

Magazine Games disse...

Cara... ao ler essa matéria eu fiquei com uma imensa vontade de jogar esse game... sem contar que eu ainda não tenho esse console em minha coleção, e ele sempre foi cotado para eu te-lo, mas sempre vem algo mais caro ou pelo menos mais raro e interesante do que ele e atropela a vez dele.
Mas um dia ele estara sediando a minha coleção junto aos meus outros 9 consoles. Topper, mandou bem cara, tenho que me preparar para escrever textos inteligentes assim como esse cara, parabéns.

Adriano Rezende disse...

Eu também tenho grande vontade de comprar um NES! Dei uma pesquisada recentemente no ML e só achei bagaceira!!! Mas mesmo assim, agora não teria como comprar!
Valeu Magazine!!!

alisson braga disse...

Em fevereiro de 1995 comprei um nes nas antigas lojas mappin,na época custou quase 200 reais e ainda veio com o jogo super mario bros 3 que por sinal é um dos melhores para o nes,enquanto meus amigos tinham turbo game,dynavision eu tinha um nes,era muito bom.Bons tempos.

Sirlon Araújo disse...

Foi graças ao Super Mario Bros., que um novo mundo a desvendar nos vídeos-games apareceu ! Lembro-me como se fosse hoje ! Foi fantástico !
^^