27 de maio de 2011

JOURNEY TO SILIUS

  
No ano de 0373 do novo calendário espacial, a população terrestre cresceu tanto que para poder comportá-la cientistas criaram colônias espaciais. Verdadeiros oásis no espaço. Jay, o filho de um renomado cientista está se preparando para viajar para a colônia em desenvolvimento #428 no sistema solar de Silius, para viver como cientista e dar continuidade aos trabalhos do seu admirado pai.

No entanto, Jay fica sabendo pelo noticiário do dia, que a referida colônia para qual pretendia viajar fora destruída numa forte explosão. Seu pai, que trabalhava no desenvolvimento dela havia sido morto juntamente com toda a equipe de cientistas. Todos os dados e projetos de criação da colonia foram perdidos, e qualquer desenvolvimento futuro para a colônia seria impossível.

Algumas semanas se passam e Jay descobre na casa de seu pai um disquete, que lhe revela todos os dados de desenvolvimento do sistema solar de Silius. No disquete também havia uma carta do pai de Jay dizendo: “Terroristas estão planejando um ataque ao desenvolvimento da colônia. Se algo acontecer comigo você deve dar continuidade ao projeto”.

Com essa informação, Jay descobre que a explosão não fora resultado do acaso e sim de um ataque terrorista. Agora, ele parte em busca de vingança contra aqueles que mataram seu pai para seguir na sua, Jornada para Silius!!

Massa a hitória, não é? Mas nada disso você saberá jogando. É preciso ler o manual para entender tudo o que não será dito ao longo do game. 

Acompanhe.



Criado pela Sunsoft, em 1990, Journey to Silius é um game de plataforma no melhor estilo Run'n Gun. Um game que é considerado por mim, no mínimo, controverso. São 5 fases, com aumento progressivo de dificuldade, onde o personagem pula, atira (somente para os lados), desvia de obstáculos e enfrenta um verdadeiro exército de Droids e Aliens. Cada fase possui um subchefe e um chefe. Destruindo o subchefe o personagem adquire uma nova arma que pode ser usada contra o chefe do estágio.

O personagem conta com um arsenal modesto de armas, seis no total, que vão desde uma pistola, metralhadora, espingarda até mísseis teleguiados. Assim como games do mesmo estilo, a munição da arma principal, a pistola, é infinita, e o protagonista conta com algumas cápsulas de munição e de energia (raras) deixadas pelos inimigos quando são destruídos.

O game não desaponta nem no quesito de gráficos nem na diversão. Bem.. até certo ponto (explico já, já e vocês irão entender o sentido do adjetivo controverso). O que alavanca a jogabilidade empolgando o jogador, são as músicas. JtS tem uma das trilhas sonoras mais importantes na história dos games num console 8-bits. Ela é envolvente e acompanha direitinho o clima do jogo. O compositor Naoki Kodaka, fez bom uso dos recursos sonoros do NES, assim como do canal DPCM para criação dos timbres mais graves das músicas. No geral, a trilha sonora é um brinco.

O game conta com algumas animações no início que estimulam o jogador desavisado a querer saber mais sobre a história. Pela qualidade gráfica delas, estilo mangá, pode-se pensar (eu pensei) que vamos ter algo parecido com o que se via em Ninja Gaiden. Mas elas acabam onde começam e qualquer explicação sobre a história de Jay se perde no vácuo. Nem mesmo no final do game é explicado qualquer coisa sobre o fim dos terroristas ou o que Jay fez depois dali (?).
Atualmente, que estou grandinho e já sei ler e entender inglês, percebi que o game conta com um pecado mortal: a história dele não é desenvolvida ao longo do jogo. E pra mim é um dos pontos fracos do game. Por quê? Bem, se a história não é suficiente para me manter jogando, eu perco a empolgação. E não quero dizer com isso que preciso de histórias Homéricas e bem elaboradas para eu jogar. Basta eu ter uma história com pontas amarradas. Por ex. O herói que desce a porrada nos inimigos para salvar o mundo. Pra mim é motivo suficiente para continuar jogando.

O defeito da história contada em JtS é que ela desaparece após a introdução. Ela parece até interessante com o resuminho que tem no início do game, mas fica por aí mesmo. À medida que se progride você começa a gerar algumas perguntas, do tipo: quem são os terroristas? Existe uma mente malvada por trás da destruição da colonia #428? (que diga-se de passagem, a referência desta colônia só se encontra mesmo no manual do game). Qual o propósito da destruição de Silious? O que diabos é Silius? É uma colônia, um planeta?... Nada é respondido.

O game não conta que Silius é um sistema solar e que Jay estava indo viajar para a colonia espacial #428 desse sistema e que precisou fazer uma paradinha no caminho para destruir um exército inteiro de terroristas Droids e Aliens para vingar a morte do pai. A falta de explicações me desmotivaram significativamente. Mais ainda, quando eu percebi o desafio non-sense do game. Sim, os programadores humilham você em situações ridículas durante o jogo. Tudo milimetricamente calculado pra fuder você.

Outra coisa que torna o game ainda mais difícil, é pular com o personagem. Ele faz uma espécie de pulo paraquedas. Quando você aperta o botão de pulo, o boneco dá uma leve flutuada. E isso dá uma quebrada legal no timing do personagem. Desviar de balas e afins é algo tão difícil quanto jogar. Sem contar que em determinados momentos o pulo trava, literalmente, como quando está se enfrentando o chefe da terceira fase. Joguem que vocês irão entender do que estou falando.

Se você é um desses jogadores, como eu, que procura uma razão para continuar jogando JtS, desista. Agora, se você é um desses gamers que tem que terminar o que começou a qualquer custo, jogue JtS até o final para descobrir que nada mais será revelado, a não ser por uma imagem de um satélite em órbita (hã?). Por essas razões eu desisti de jogar JtS na 4ª fase. O game gerou em mim uma total falta de motivação em situações non-sense. Confesso que não sou um gamer hardcore, e acho até que para jogar JtS até o final é necessário, pelo menos, ter uma tendência hardcore ou ser masoquista.

Inicialmente, JtS deveria ter o nome de The Terminator; sim, o mesmo do filme. E acho que seria muito mais apropriado para a proposta do game, sem sequer dar um história pra ele. Afinal, o exterminador é o exterminador, e ponto. Mas como a sunsoft perdeu os direitos sobre o filme, ele acabou sendo nomeado Journey to Silius. Acho que por essa razão, além das já citadas anteriormente, o game ficou meio que esquecido no limbo e foi pouco comentado pela mídia especializada. Não se tornando um game renomado.

Apesar de tudo isso, JtS vale a pedida. Vale a pena conferir o game e dar uma chance a ele. E se você tiver acessos de raiva, morder o controle, sacudir o console ou pc pela janela quando estiver jogando, não diga que eu não avisei.

Abraços e até o próximo review.

7 Comentários:

Anônimo disse...

Belo review e só discordo da parte sobre a história e a dificuldade....

Journey to Silius pra mim tá entre o TOP TEN do Nes....jogaço...ótimos gráficos, som fenomenal e dificuldade bem balanceada....nem fácil nem difícil....depois de treinar dá pra se terminar sem perder uma vida...só é preciso um pouco de empenho...sobre a história acho meio que desnecessária já quando o jogo foi lançado isso não era importante pra um jogo: vide Contra dentre outros...a gente só queria saber de jogar e que se dane a história...hehehehe....

O importatnte é o jogo ser bom...

Albatross disse...

Concordo 150% com vc, anônimo, no que diz respeito a história do game, no passado. de fato, a gente não entendia bulhufas do que era falado nos games. mas como a proposta da coluna é de eu me redimir com o NES, então eu coloco a minha impressão atual sobre o jogos que estou tendo contato pela primeira vez. Como foi dito na análise, já que hj eu entendo muito melhor o inglês do que há 15 anos atrás, a falta de história durante o game pecou um pouco pra mim; e outra... à medida que nos aproximamos da senilidade, vamos ficando mais rabugentos rsrsrs
abraços

Small Video Game Nerd disse...

cara você é doido hein. eu joguei o jogo e adorei. é ótimo. que tal você falar bem de jogos bons e mal de jogos mau. eu gosto do site mais vocês me fuderam falando desse jogo

Albatross disse...

rsrs e onde foi que você viu eu falando mal do jogo?
eu disse que o jogo é bom, mas o pecado dele, para mim, foi com relação à história. como ela se perde depois que o jogo começa, e vi que o final do game não conclui nada sobre a história ou o que Jay fez depois dali, eu não me senti motivado a continuar numa coisa que não me daria respostas; principalmente com o nível de dificuldade da última fase. entende? eu ñ iria provar nada pra mim se conseguisse concluir o jogo. só isso. mas no geral JtS é um ótimo jogo, se vc não quiser prestar atenção na história ;)
abração

Tales disse...

Esse jogo tb existe numa versão chamada "Raf World", onde a única diferença, além da tela-titulo, é que o personagem usa um capacete.

Gueibs ManoMona disse...

Até o ano passado eu nunca tinha ouvido falar desse jogo, até que ví uma vídeo análise dele no Retroplayers e o mundo inteiro começou a falar de JOS regularmente. Incrível!

Gostei do texto. É bom ouvir uma opinião diferente... já vi que terei que jogar de verdade para descobrir como é esse negócio.

Adorei!

ProtoMorphos disse...

Este jogo tem uma das melhores trilhas de todos os tempos. Lembrando que o cartucho tinha um chip especial somente para a música.

Abraço a todos.

mp3game.blogspot.com