10 de maio de 2009

BEAT' EM UP! A EVOLUÇÃO DE UM GÊNERO

Pancadaria clássica
Sim. Tudo começou em 1987, com os irmãos Billy e Jimmy nos arcades. Esses caras saiam pela ruas de uma cidade, tomada pelo crime, atrás do amor da vida deles, Marian. O nome do jogo? Double Dragon.

A história era simples, dois irmãos, putos da vida com o cara que havia seqüestrado a garota deles, Willy, percorriam umas 8 fases soltando o braço em cima da gang do vilão, a Shadow Warriors. Ao final das fases sempre tinha um chefe cavernoso e forte pra cacete que impedia a passagem dos jogadores. Pronto. Simples assim. Mas no mundo dos games da década de 80 qualquer motivo servia para sair detonando a galera na porrada.

Double Dragon, apesar de ter sido um jogo muito bacana para a época, sofria com alguns problemas: os personagens eram lentos demais; eram iguais demais (jogar com o Billy ou com Jimmy era a mesma merda); os golpes eram imprecisos; ausência de uma barra de energia para os inimigos (você nunca sabia quantas porradas eram suficientes para detonar o cara); as armas do jogo atrapalhavam mais do que ajudavam.
O game que definiu um gênero

Porém, dois anos depois do sucesso que foi Double Dragon nos arcades (Sim. Ele foi sucesso pois não havia um padrão para se comparar), em 1989 a CAPCOM lançou seu olhar para Double Dragon da TECHNOS e disse: Ei! Eu posso fazer algo bem melhor do que isso! E fez mesmo. A década de 80 foi fechada com chave de ouro com um dos games de porrada mais bacana de todos os tempos: Final Fight!

Ha ha, moleque! Vai me dizer que você nunca teve uma tendinite básica no braço direito de tanto apertar freneticamente os botões para detonar a gang do Mad Gear? Ou que nunca saiu dos arcades com o coração mais leve depois de ter sentado a porrada, virtualmente, na galera? Ou mesmo ter gastado a sua mesada inteira com fichas no fliperama para jogar Final Fight? Atire a primeira pedra quem nunca fez isso. :-D

Pois é. Final Fight não reinventou a roda, mas refez ela muito mais redonda. A história era a mesma: namorada raptada por um vilão malvado. O cenário, idem: uma cidade decadente tomada pelo crime. A diferença? Bem, a diferença é que dessa vez você tinha uma sistema de golpes muito mais preciso, gráficos supimpas, inimigos variados e com barras de energia (agora dava pra saber quando ele iriam conhecer o inferno rsrs) e três, três personagens selecionáveis que se tornaram ícones dos videogames.

Desde 1989 até hoje, qualquer game de porrada que se preze tem que ter um fortão, um maguinho mal encarado que bate muito e um cara de calças jeans azuis que é o meio termo entre os outros dois. Isso foi assim em Capitão Comando, Cadilacs e Dinossauros, O Justiceiro, Aliens Vs. Predador, Dungeons and Dragons e por aí afora.

Final Fight definiu que os personagens selecionáveis tinham que ter características bem definidas. Um era mais forte e mais lento, o outro era mais rápido, porém mais fraco, etc. Essa idéia pegou tão legal que até os jogos de tiro como 19XX e seus similares, aderiram o conceito.
O game que redefiniu o gênero

É claro que esses clássicos de porrada tiveram suas versões caseiras. Às vezes convertidos toscamente para os consoles, como o Double Dragon para o NES, às vezes bem parecido com seu original, como o Final Fight do SNES. Mas foi em 1992 que a SEGA resolveu pegar o melhor de Double Dragon e Final Fight, e criaram o imbatível Streets of Rage 2.

Depois da experiência adquirida em Streets of Rage, sobre o que manter e o que retirar da série, nascia um clássico de pacandaria desenfreada para um console. Streets of Rage 2 foi para o Mega Drive o que F.F e D.D foram para os arcades: um verdadeiro clássico arrasa quarteirões.

SoR 2 apresentava tudo o que os seus antecessores já haviam nos mostrado, porém nele era possível fazer uma combinação muito maior de golpes, o que aumentava exponencialmente o fator diversão, as armas eram as mais variadas possíveis e super eficientes, desde simples facas até Muramasas afiadíssimas e por fim, as magias. Sim! Em SoR 2 os personagens tinham magias! Até a Blaze dava um golpe que lembrava muito um Hadouken (Uau! Que maneiro!). Aqui o número de personagens selecionáveis pulava para quatro, uma garota, um fortão, um cara de calças jeans azuis e um garoto de patins. Todos com golpes bem balanceados, bem ao estilo de F.F.

Outro diferencial do game, foram as músicas. Nossa! A trilha sonora do game, criada por Yuzo Koshiro, o mago do som, simplesmente detonava. O cara conseguiu Captar direitinho a essência do game, tornando-o ainda mais atraente. Foi um sucesso!
O game que incrementou o gênero

Numa época onde jogos como Doom, Quake, Medal of Honor e similares não existiam para aliviar nossas tensões, esses três clássicos da pancadaria cumpriram muito bem sua função de entretenimento e calmante para nervos abalados rsrsrs.

Por hoje é só, Retro-Amiguinhos.

Um grande abraço a todos.


9 Comentários:

Danilo de Paiva disse...

Acompanho seu blog a um certo tempo já! to passando aqui só pra te mandar o link do meu blog q to criando.rsrs
http://ailhadosgames.blogspot.com/
abraço

Adriano Rezende disse...

Muito legal a matéria!
Cara eu curto muito jogos de Briga de Rua!! É uma pena que esse estilo tenha sido extinto praticamente com os jogos em 3D!!!

Magazine Games disse...

Nossa cara, realmente essa matéria me rendeu aquela vontade de descer uns sopapos na orelhas de uns vilões otários. Até hoje jogo esses games, aproveito que o PSP é um excelente aparelhos para emuladores e coloco Final Fight e compania para me divertirem e me tirar daquele estado estático do dia-a-dia.

Vlw, e qualquer nois aqui do Blog temos que marcar para jogar esses games on-line, oque axam da idéia?

Num tem fliperama mas existem emuladores que nos deixam alegres com jogatinas multiplayers na rede.

Quem aderir a idéa depois eu faço um tutorial basico para deixar a galera esperta nesse assunto!

Flw

Adriano Rezende disse...

Demoro!! Eu assino em baixo a idéia! É só marcar o dia e a hora ...

abrçs

Albatross disse...

tô totalmente de acordo, mas a minha conexão é discada e meu pc é um lixo. o resultado: um pc megatrash. mas assim que eu comprar um pc novo e tiver banda larga (isso vai levar uns três meses) eu estarei com vcs na jogatina online. abraço a todos

Ilber Mendes disse...

Muito boa mesma a matéria. Até hoje curto jogos de pancadaria. Eu tô dentro da jogatina online!

Magazine Games disse...

Ok... em breve trarei um tutorial para podermos descer uns sopapos em tudu qnt é loko na rua...

Paulo Montanaro disse...

Cara... esses games são demais! E o melhor de tudo é que a minha primeira lembrança de Double Dragon e Streets os Rage é do Master System! Pois é... O segundo era o meu jogo favorito, depois de Mortal Kombat 2 e Sonic. Confesso que Final Fight eu jogava na casa de um amigo e as versões para Mega Drive eu só joguei depois de velho, em emuladores.

Ótima matéria. Vc poderia trazer alguns outros em um post continuação deste. O que acha? Lembro até do Die Hard Trilogy, no Saturn, que foi o melhor do tipo para 3D. Até o Jack Chan do Play1 lembrava, mas nada que fosse parecido com esses clássicos! E no SNES, Final Fight 3 era ainda melhor.

Há braços

Albatross disse...

Que bom que vc curtiu, Paulo Roberto. A dica foi anotada. No momento estou angariando material para fazer um top 10. Aguarde! Pois essa matéria vai fazer muito marmanjo chorar de saudades.
Abraços