6 de maio de 2011
Redenção NES
Postado por
Adriano Rezende
por: Albatross
Salve, salve!! Leitores do GN. Depois de muito tempo no limbo, cá estou eu novamente para lhes trazer retroanálises. Sim, amiguinhos. Dessa vez eu prometo que o meu vôo é só de volta.
Mas a novidade não é a sobre a minha volta, mas sim sobre o que eu trago na bagagem. E é com muito prazer que inauguro aqui no site duas colunas que irão abordar duas gerações que fizeram, e fazem, a cabeça de muito marmanjo por aí que tenha mais de 30 anos, como eu.
O foco das colunas é trazer a nostalgia aos retrogamers e a informação aos retroaventureiros, essa turma da nova geração de gamers que empatizam com os consoles da velha guarda.
Pois bem... se o nosso querido Gagá, do blog gagagames.com, tem a Cruzada NES o GN terá a REDENNÇÃÃÃOOO NES!!! Uma coluna dedicada exclusivamente ao querido NES. A outra coluna versará sobre os consoles da geração 16-Bits, focando no colosso da SEGA (Mega Drive) e no fantástico SNES. Está ultima coluna se chamará 8 Bits em Dobro e terá análises mais generalistas sobre os games desses respectivos consoles.
Ok, ok... o Albatross voltou... mas parece que o voo afetou o juízo do cidadão. E ele veio com uma coluna escrota... chamada, Redenção NES?? Hã?? Como assim, Bial??
Bem... é o seguinte, companheiros. Senta e ouve a estória.
Estava eu, um dia, meditando prostrado na minha cama, quando me ocorreu: por que eu nunca tive um NES na minha vida (ou um clone dele)? A resposta? Preconceito.
Pois é amiguinhos. Por puro preconceito eu nunca tive um NES na minha adolescência. Como assim? Pois claro... O Master System, com suas cores vibrantes e gráficos, relativamente, melhorados, me fez pentelhar o juízo da minha mãe para comprar um; e como um guri retardado que só liga para a embalagem, meus olhos não conseguiram ver a magia que havia embutida no poderoso console da Big N. Confesso também que por um sentido de agir como uma “maria vai com as outras” (a maioria dos meus colegas possuíam Master), foi o que me motivou mais ainda para querer um e desprezar o querido Nintendinho.
Naquela época, os únicos jogos que eu realmente havia entrado em contato foram o Mega Man 2, porque ele tinha uma trilha sonora muito manera, gráficos bacanas e um conceito inovador para a época e o Mario Bros. 2. Ambos eu conheci numa locadora de games que ficava ao lado da escola onde eu estudei (excelente lugar para abrir uma locadora, não acham?). Mas, infelizmente, não foram suficientes para iluminarem as trevas da minha ignorância para com aquele console, e acabei comprando o console da SEGA.
Eu não conseguia entender como um videogame com uma paleta de cores tão limitada como a do console da Nintendo (48 cores, em comparação as 64 do Master) podia fazer tanto sucesso. As locadoras daqui transbordavam com títulos do NES, lojas vendiam clones dele de tirar aos rodos, mas eu não conseguia ver graça naquele console. Inclusive, os poucos amigos que possuíam um, estes eram considerados perfeitos “loosers”, pois o hype mesmo era o Master. No dia que um grande colega meu vendeu o seu Master para comprar um Phantom System usado, eu falei pra ele: você pirou, cara. Tu vai comprar um videogame inferior ao Master? Tá maluco? A resposta dele foi direta: tem mais jogos, são mais baratos e melhores.
Ele não poderia estar mais certo. Mas ouvir aquilo foi como levar um soco no pé da barriga. Fiquei de queixo caído. E não conseguia acreditar na felicidade dele quando o Phantom chegou na casa dele. O guri era só alegria. Aquilo era incompatível com o momento, o meu colega tava indo na contramão, ele estava involuindo!! E pasmem, ele viajou legal com os títulos Predador e Ghostbusters, além de vários outros que veio naquele videogame usado que ele havia comprado.
Outro colega, daqui mesmo da rua onde moro, havia ganhado de presente um NES oficial, gringo. Quando ele me mostrou, eu já encarei o bendito console com outros olhos. O Nintendinho é um console estiloso. Apesar de parecer, num primeiro momento, um bloco de concreto é um videogame que tem atitude. Tudo nele era diferente e bonito. Desde os slots do joystick ao slot do cartucho, até o próprio joystick! tudo chama a atenção no NES. E com o videogame desse cidadão, o pai dele trouxe uns joguinhos fodas, literalmente. Ele tinha o famoso Mario Bros. (o cartucho que tirava o cabaço do NES), S.C.A.T, T.M.N.T 1 e 2, 8 Eyes e Street Fighter 2010.
Assim como com o meu colega do Phantom, eu comecei a acompanhar as jogatinas dele e percebi que o NES realmente não era ruim como eu pensava que fosse. Os jogos ao qual eu havia sido apresentado eram bastante divertidos e empolgantes, e cheguei mesmo a despertar um interesse maior nesse console. Me sentia mais motivado a jogar o console da Nintendo.
Mas a motivação logo acabou. Porque chegou o Mega Drive, o arrasa quarteirões da SEGA. O nêmesis do SNES. E como eu já tava no embalo da companhia do ouriço azul, eu não poderia deixar de olhar pra esse novo console, me encantar com ele e esquecer rapidamente o Nintendinho.
Minha relação com o pequeno NES foi como a de uma gostosona (não que eu seja o gostosão ou me sinta o tal) com um nerd (nesse caso o Nintendinho). Tipo assim: você é legal e tal, mas é melhor a gente ser somente amigos. E assim eu me afastei do pequeno notável da Nintendo. Eu não havia ainda atingido a iluminação.
Mas agora é tudo diferente! Eu cresci, me tornei mas maduro e encontrei o caminho de Buda! ...WTF?? Brincadeiras à parte, mas hoje com a cabeça mais aberta desfruto desse magnifico console, e lhes trago aqui a visão de um retrogamer assumido e experiente reconhecendo e revivendo clássicos da geração 8 Bits da Big N.
A ideia da coluna Redenção NES, é exatamente essa, reviver um clássico que foi ignorado por mim numa época da minha vida onde gráficos e paleta de cores eram mais importantes do que o fator diversão. Irei me redimir para com este console e compartilhar com você, leitor, a minha experiência do jogos do Nintendinho do ponto de vista de retrogamer e ao mesmo tempo novato nesse sistema. Ou seja, serão análises abordadas de um ponto de vista inédito sobre jogos antigos. Porém, com uma bagagem cultural maior e desvinculada do ponto de vista saudosista.
As análises serão publicadas nas sextas-feiras, alternando com a coluna 8 Bits em Dobro e os jogos serão jogados até onde der. Quer dizer que se eu conseguir terminar o jogo eu farei uma análise mais completa, senão eu colocarei somente as minhas impressões sobre o game até onde eu joguei ele. O tempo é curto e ainda tenho família e trabalho pra dar conta (rs). Espero que acompanhem e que gostem das colunas.
Bom estar de volta à GN.
Abraços a todos e comentários abaixo. Se gostou comente. Se não gostou... comente também.
Até mais.
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3 Comentários:
Belo texto Albatross.
Ao contrário de vc, eu joguei muito o Nintendinho genérico, no caso o Phantom System.
Meu vizinho tinha um e eu jogava na casa dele naquela época. Oque mais nós jogamos foi Mario, Punch Out, Contra e Simpsons.
Mas eu digo, o NES tem muito jogo bom, vc está dando a devida atenção pra ele agora, mas vc está certo, antes tarde doque nunca, eheh.
Abs e estou sempre acompanhando o site que é show!
Gustavo - Piracicaba-SP
Que maravilha, Gustavo. Você disse bem, antes tarde do que nunca. E nada melhor do que uma redenção para poder aproveitar com propriedade aquilo que foi ignorado por pura ignorância (onde já se viu?... paleta de cores... rsrsrs.
Abraços e fique ligado no blog para mais novidades. Acompanhe-nos no tuíter ;)
Cara,muito boa a sua decisão em falar do pequeno gigante da Nintendo. Também não acompanhei o Nes em sua época, pois não tínhamos condições financeiras de possuir um. Mas, com o passar dos anos fui tendo acesso aos seus jogos por meio dos consoles clones (Dynavision, Polystation, Phanton System e etc) até poder aos poucos chegar à fonte desses incríveis consoles, que é o Nintendinho. Hoje, volto ao tempo por meio de emuladores e roms, e a cada análise de um game do Nes, sinto como se tratasse de um lançamento, pois para mim é exclusividade, sensação que prova o quão rico é esse incrível video game.
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